Tantas denúncias, tanto descaso, somados
à falta de representatividade efetiva, vêm ao longo do tempo nos
empurrando para um descrédito quase que total da política (e dos
políticos) junto ao povo. Reforça essa corrente, um massacre
midiático (em cumprimento do seu papel de informar) contra
principalmente os governantes, uma pedra no sapato deles. Este
descrédito posiciona ao senso comum, a prática política (organização
partidária, militância política, candidatura eletiva...), como algo
sujo, desonesto, criminoso...
Criminalização da política, em regra, afasta da vida pública, as
pessoas bem intencionadas, honestas em sua essência e também capazes
de governar.
Tenho visto diariamente o quão chega à
ser constrangedor para alguns, a convivência e a aproximação de
agentes políticos, é nítido a preconcepção da grande maioria, que os
agentes políticos são pessoas desprovidas de boas intenções, e à
eles só interessam o privado; o mais “assombroso” é que tal
preconceito está enraizado inclusive entre as pessoas notavelmente
mais instruídas, muitas delas, participativas e presentes em um todo
social, à ponto destas até evitarem estar presentes em ambientes ou
momentos que ali possam figurar também algum “político”, com receio
de serem vinculados à estes, mesmo que seja apenas em uma foto em
comum.
Li hoje um comentário no facebook,
onde um ativo participante da discussão política municipal, em um
debate sobre os atuais acontecimentos “políticos” local, referiu-se
à possíveis novos postulantes às eleições que se aproximam, como
aproveitadores de plantão que se intitulam no direito de se lançarem
candidatos.
“.... É por isso que se fala em
uma terceira via! É aquela história: Casa que falta o pão, todo
mundo manda e ninguém tem razão. Lamentavelmente se abre
oportunidade para os aproveitadores de plantão que se intitulam no
direito de se lançarem candidatos...” disse ele.
Em um momento histórico, não
exclusivo à nossa cidade, mas principalmente nesta, em que o GRITO é
por renovação, depara-se com uma opinião desta envergadura.
O Jornalista Paulo Henrique Amorim, em análise dos resultados das eleições de 2012, provoca seus leitores fazendo essa afirmação “...A criminalização da Política, a desmoralização do jogo político e a satanização dos políticos não beneficiam quem precisa da rede de proteção do Estado...”, portanto emendo com uma pergunta, título dessa nota: A quem interessa a criminalização da política?